Há pessoas que são diferenciadas. Gente dedicada a uma grande missão. É o caso do médico Benedito de Assis, que minha mãe sempre chamou de "Didizinho", e a quem aprendi nominar também assim.
Homenageei-o com o livro Sem Causar Mal - Histórias de Vida, Morte e Neurocirurgia, do médico inglês Henry Marsh (Editora nVersos) e compartilho a dedicatória que lhe fiz:
Didi,
Vocação, sacerdócio. Substantivos próprios da devoção
religiosa, mas muito convenientemente empregados ao exercício da
medicina. A veste branco-imaculada alimenta ainda mais a aura pia, e
a economia e sobriedade na fala do médico, seus gestos práticos, o
costume com as sentenças de vida e morte, lembram a gravidade
clerical. Mas há Médicos e médicos.
Hoje proliferam, ao lado dos vocacionados, 'vendilhões do templo' de
Hipócrates. Gente não “chamada”, que abraça a profissão
imperial não como confissão religiosa, mas como mercancia e meio de
satisfazer a própria vaidade. Aviltam o santo mister.
Quando se entrega as dores e a própria vida a um médico, se lhe
confia a alma. É a entrega máxima, a esperança de que ele, junto a
Deus, são a chance de misericordiosa solução para a aflição.
Todos reconhecem um grande médico na frase: “está em boas mãos”.
O que posso dizer?
Meu filho está nas melhores mãos que conheço. Antes dele
estivemos eu e meu irmão. E, além de nós, tantos e tantos
outros.
Não há ouro que pague sua entrega. Peço ao Pai que lhe pague,
ampare em Suas mãos sua família, assim como as suas mãos de médico
têm abençoado as famílias de seus pacientes.
Nossa Gratidão, Doutor!