SOPRO
Juliano Barreto Rodrigues
Quero sulcar
a terra com meu nariz,
Arar o chão
com as pás das minhas ventas,
Pontear de
cabeça o ventre vermelho
E me gastar
no atrito até sumir.
Vou rasgar
subterraneando,
Ao menos até
sete palmos.
E ai de
quem, desavisado,
Me blasfemar
cantando salmos.
E quando a
chuva me aguar
Eu, que não
queria, vou brotar
Árvore torta
de cerrado
Tão torta
quanto fui no meu viver errado.
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