SANGUÍNEA
Juliano Barreto Rodrigues
Acossada, rastreio a
trilha.
Ainda que a fuste lanhe
o dorso
Sigo correndo
desabalada
E só de esgueio vejo o
algoz.
Não há o que me pare!
Só se o perseguidor me
mutilar ou matar.
Vou sôfrega em direção
à minha vítima.
E mesmo levando o
carrasco às costas, não me detenho.
Sigo em busca da minha
vingança,
E ainda que também me
consuma,
Não saio da briga sem
minha desforra.
Se sobrar, depois me
volto contra este que me surra.
E o atravessarei na
haste feito caça no espeto
Queimarei seu corpo
empalado
E comerei seus ossos.
Só por ter tentado me
impedir.
Virei fera, bicho
acuado e ferido,
Que ataca o que vier à
frente.
Cega de ódio e faminta de morte,
Esfacelo-me,
indiferente.
Basta que misture nosso
sangue no soalho.
Se sobrarem um ou dois
na mortalha,
Tanto faz,
Isso já não me diz
nada.
Se, para me vingar,
tiver que ir junto,
Assim será.
Pois de nada me valerá
viver neste mundo
Sem a viveza deste ódio
imundo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário