O Coletivo

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segunda-feira, 5 de junho de 2017

Resenha de meia leitura do livro "A Insustentável Leveza do Ser"


                                                                                               
                                                                                                          Juliano Barreto Rodrigues

Dia desses cometi o sacrilégio de ler o comecinho de um livro e, logo em seguida, correr para o final para ver o que tinha acontecido.

A despeito dos meus motivos – não era um livro meu e nem estava na minha infindável lista de leituras urgentes – foi uma experiência inédita e gratificante, que pretendo (confesso!) repetir.

Explico: o título “A Insustentável leveza do ser” (Milan Kundera) induz, por si só, divagações filosóficas e levanta possibilidades narrativas mais ou menos previsíveis. Não vou me aprofundar dizendo o que pensei e previ para não frustrar quem queira repetir o experimento. Li, então, as primeiras quatro páginas, que deram mais pistas, e elaborei uma hipótese de fim da história. Daí parti para a leitura das últimas páginas para ver se confirmavam minha ideia.

Foi muito interessante. O título é incrível e resume o enredo. Obviamente, um grande texto literário é muito maior do que a história que conta. A forma de contar é que protagoniza. Mas o fato que interessa aqui é que acertei o final.

Pretendo me redimir do meu pecado, lendo o livro todo. Mas também pretendo fazer a mesma experiência com outras obras com títulos igualmente sugestivos, do tipo “Tudo que é sólido desmancha no ar” (Marshall Berman), ou “Amor é tudo que nós dissemos que não era” (Bukowski).

Posso falar bastante do livro de Kundera sem conhecê-lo a fundo. Mas o que diria seria uma aproximação leviana a qual recorreria só se me apertassem (me lembrei da obra “Como falar dos livros que não lemos”, de Pierre Bayard). De toda forma, reitero que foi um exercício produtivo e prazeroso (mas não sem alguma talisca de culpa). Tentem.




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