CANDEIA
Juliano Barreto Rodrigues
Ateio a torcida da lamparina de
cristal,
Que bruxuleia a flama num lumaréu
anêmico,
E enodoa a griseta de latão doirado,
Mau clarejando um raio curto.
O apetrecho me espelha.
Queimo feito labareda lânguida,
De lume fremilúcilo e raquítico,
Embora cálido e cintilante.
A alvura luminescente
Contrasta com a caligem negra
Que resta da combustão da querosene
E deixa uma fetidez tóxica que
identifica a fluida acendalha
Bianco y nero,
Tetro e níveo,
luzente e soturno
lúgubre e
rutilante...
A sombra abraça a
luz que a cria
Em simbiose
perfeita,
Revelando degradês
suaves,
Resultantes da
dependência orgânica entre ambas.
Assim somos:
Quanto mais luz
emanamos, mais intensas as sombras contíguas.
Se em redor há
sombras espessas, sinal de que um clarão está vizinho.
A escuridão
persegue o fulgor.
E quando o
combustível acaba?
A noite engole
tudo?
O Sol só permanece
vinte e quatro horas no firmamento,
Não se pode contar
com Ele o tempo todo.
Para reduzir as
trevas, só uma solução:
Várias luzes
reunidas lado a lado,
Ocupando sítios
estratégicos,
Umas clareando o
vácuo deixado pelas outras.
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