OS MORTOS TAMBÉM
TOMBAM NESTE POEMA
Juliano Barreto
Rodrigues.
“Os mortos tombam no poema”.
Neste também, Nelson Saúte,
Nest’outra pátria dividida,
A quem qualquer janota ilude.
Aqui, na nossa semicolônia,
Onde a terra voltou a ser plana,
Falta vacina mas sobra bala,
Rico fura fila e pobre vai pra vala.
Aqui sobram engodeiros pulhas.
Ao invés das luzes da ciência,
Apregoam-se placebos e falsas curas.
E dá-lhe Ivermectina, pra quê prova?
No Brasil quem fala mais alto
Ganha a briga
Do lado de cá da dos sem mandato,
Faz falta o timbre de arauto
(Povo cordial não é de grita).
O ar continental, o sopro do pulmão do mundo,
Falta no peito manauara, bem ali do lado.
É que no desgoverno do Brasil,
Governante considera Pandemia ardil.
E do falso inimigo,
A Venezuela,
Na verdade irmão de lida,
É que vem a solução.
Os médicos de Cuba,
Que também mandamos embora,
Vendo nosso desespero,
Voltaram a nos dar a mão.
Choro o choro dos enlutados
Mas o povo só se preocupa com o carnaval ser adiado
Quem tripudia da gente indo para a festa e batendo no peito,
Deveria abrir mão de ter um leito.
Os mortos tombam no poema.
Misericórdia!
Falta consciência.
Os mortos continuam tombando, aos milhares, no poema.
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