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Blog do escritor Juliano Rodrigues. Aberto a textos gostosos de quem quer que seja. Contato: julianorodrigues.escritor@gmail.com

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Os mortos também tombam neste poema


 

OS MORTOS TAMBÉM TOMBAM NESTE POEMA

 

Juliano Barreto Rodrigues.

 

“Os mortos tombam no poema”.

Neste também, Nelson Saúte,

Nest’outra pátria dividida,

A quem qualquer janota ilude.

 

Aqui, na nossa semicolônia,

Onde a terra voltou a ser plana,

Falta vacina mas sobra bala,

Rico fura fila e pobre vai pra vala.

 

Aqui sobram engodeiros pulhas.

Ao invés das luzes da ciência,

Apregoam-se placebos e falsas curas.

E dá-lhe Ivermectina, pra quê prova?

 

No Brasil quem fala mais alto

Ganha a briga

Do lado de cá da dos sem mandato,

Faz falta o timbre de arauto

(Povo cordial não é de grita).

 

O ar continental, o sopro do pulmão do mundo,

Falta no peito manauara, bem ali do lado.

É que no desgoverno do Brasil,

Governante considera Pandemia ardil.

 

E do falso inimigo,

A Venezuela,

Na verdade irmão de lida,

É que vem a solução.

 

Os médicos de Cuba,

Que também mandamos embora,

Vendo nosso desespero,

Voltaram a nos dar a mão.

 

Choro o choro dos enlutados

Mas o povo só se preocupa com o carnaval ser adiado

Quem tripudia da gente indo para a festa e batendo no peito,

Deveria abrir mão de ter um leito.

 

Os mortos tombam no poema.

Misericórdia!

Falta consciência.

Os mortos continuam tombando, aos milhares, no poema.

 

 

 

 

 


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