INHO EXUPERÍLICO
Juliano
Barreto Rodrigues
Sou uma alma ator...
mentada
Ou, antes, caberia
'mentolada'.
Feérica alegoria
em-si-crispada
Em recidiva adolescência
agoniada.
Estou cada vez mais velho
E tão mais inocente que
uma criança
(como dizia Pastinha)
Sou espantalho vesgo de
Aurora.
Menino bobo que Deus
protege.
Chinelinho gasto e ombros
largos.
Feinho feito a menina da
ponte da Lapa,
Olhos gulosos de comilão
de papéis.
Sou o abraçado pela alfombra, pela alcova, e pela sova,
Abocanhado pelos livros e
as sobras.
Sou ninguém e um
talzinho,
Resumo de tudo e um
pouquinho.
Caibo em três palavras
E em nada.
Cópia do criador!
Mas inacabada e enviesada.
E, ainda assim, dono de
uma enorme estrela,
Bela e rara.
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